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Tradições do Ano Novo em Trás os Montes

in Saberes

Tradições do Ano Novo em Trás os Montes

Existem diversas tradições relativas ao Ano Novo, mas é em Trás os Montes que estas permanecem mais enraizadas.

Nesta região do país mantêm-se as tradições ancestrais no que respeita às celebrações típicas da época.

Uma destas tradições é a Festa dos Rapazes, feita no Nordeste Transmontano. Esta festa conta com desfiles de mascarados nas diversas aldeias da região.

 

Caretos - Ano Novo

 

O culto de Santo Estevão está associado a esta festa, integradas no ciclo de festividades do Solstício do Inverno, no período que decorre do dia 24 de Dezembro ao dia 6 de Janeiro. No passado, esta festa pagã era dedicada ao culto do Sol. Mais tarde, com o advento do cristianismo, foram adoptadas pela Igreja que lhes conferiu um carácter cristão.

Os jovens percorrem os caminhos da terra vestindo fatos de serapilheira, máscaras de latão ou madeira e chocalhos à cintura, em forma de “caretos”, “máscaras”, “carochos”, “chocalheiros” ou “mascarados”.  A sua missão destes rapazes é o ritual de passagem para a idade adulta.

Este ritual passa por louvar os mortos, castigar os males sociais e purificar os habitantes.

Ano Novo - Festa dos Rapazes

Em Vale Salgueiro, em Mirandela, existe outro polémico ritual de passagem. Aqui, incrível que pareça, incentiva-se os adolescentes a fumar.

Em diversas povoações de Trás-os-Montes permanece o culto do fogo, com fogueiras a serem acesas para celebrar o Ano Novo.

 

Já em Réfega, em Bragança, todos os anos é construído um boneco feito de trapos e palha. Este representa o ano velho, que é queimado na noite de 31 de dezembro.

Os habitantes de Réfega preparam também um ramo composto por frutos, doces e cigarros (que irá ser leiloado no dia de Ano Novo) – segundo a crença, este transforma-se numa árvore fértil.

 

Em Rio de Onor também se cultiva a tradição do ramo, mas são as jovens da terra que recolhem géneros para o compôr. Nesta região, a base da prosperidade que se espera deste ritual é o salpicão e a chouriça, bem como bolos, chocolates e outras goluseimas. Este ramo é igualmente leiloado.

 

A Festa do Farandulo de Tó é celebrada a 6 de Janeiro, na freguesia de , concelho de Mogadouro (Bragança), é um ritual que marca a passagem dos rapazes à idade adulta através de um ciclo de quatro anos.

A festa consiste numa encenação ritualística repetida todos os anos por quatro personagens, o “Farandulo”, a “Sécia” e o “Moço”. Os jovens que encarnam estas personagens escolhidos de entre os solteiros da aldeia de Tó com meses de antecedência pelo Mordomo da festa (o responsável desse ano pela organização).

Durante a festa, o Farandulo, pintado de preto, tenta enfarruscar e tocar na Sécia enquanto ela é defendida pelo Moço. Além da Sécia, o Farandulo persegue todas as outras mulheres da aldeia para lhes gravar no rosto uma marca enfarruscada feita com graxa ou com cortiça queimada. Para tal entra nas casas das moças solteiras, procurando-as na cama, e rouba bebidas, enchidos e outros petiscos.

A encenação dá a volta à aldeia e acaba em frente da igreja, sendo seguida de uma actuação dos gaiteiros e, mais recentemente, de um grupo musical pela noite dentro.

 

Tradições do Ano Novo em Trás os Montes

 

Montalegre - Trás os Montes

 

Superstições da passagem de ano

Algumas superstições têm origens seculares, outras não se sabe bem qual a sua origem. Mas todas as superstições de passagem de ano têm um objectivo em comum: trazer boa sorte para o ano que se inicia. Por isso,..

..é melhor prevenir do que remediar!

 

Uma das superstições mais antigas e enraizadas pelo mundo fora é a de fazer barulho para espantar os maus espíritos e os velhos fantasmas que nos assombraram no ano anterior. O objectivo é fazer o máximo de barulho possível: assobiar, gritar, buzinar, bater nas panelas, etc.

 

Acredita-se que este costume tem origens anteriores ao Império Romano.

Antigamente chegava-se ao ponto de atirar pratos e tachos velhos pela janela fora. Esta foi uma moda lisboeta durante os anos 50 e 60, que causou tamanho caos que foi obrigada a terminar.

Existe também quem não coma carne de aves, na última refeição do ano para evitar que a felicidade voe para longe. Já o chocolate, é bastante recomendado pois atrai a riqueza.

Outra superstição é limpeza da casa e a forma como a faz. Ora é aconselhado limpar toda a casa e ver-se livre dos objectos desnecessários e velhos para “sacudir” as más energias do ano anterior.

Quando limpar a sua casa lembre-se que se deve varrer a casa de trás para frente e as vassouras usadas devem ser queimadas e as suas cinzas enterradas.

 

Para terminar, não deve discutir no primeiro dia do ano. Caso o faça, acredita-se que os restantes 364 / 365 dias do ano vão ser repletos de problemas e discussões.

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Tradições do Ano Novo em Trás os Montes

Existem diversas tradições relativas ao Ano Novo, mas é em Trás os Montes que estas permanecem mais enraizadas.

Nesta região do país mantêm-se as tradições ancestrais no que respeita às celebrações típicas da época.

Uma destas tradições é a Festa dos Rapazes, feita no Nordeste Transmontano. Esta festa conta com desfiles de mascarados nas diversas aldeias da região.

Caretos - Ano Novo

O culto de Santo Estevão está associado a esta festa, integradas no ciclo de festividades do Solstício do Inverno, no período que decorre do dia 24 de Dezembro ao dia 6 de Janeiro. No passado, esta festa pagã era dedicada ao culto do Sol. Mais tarde, com o advento do cristianismo, foram adoptadas pela Igreja que lhes conferiu um carácter cristão.

Os jovens percorrem os caminhos da terra vestindo fatos de serapilheira, máscaras de latão ou madeira e chocalhos à cintura, em forma de “caretos”, “máscaras”, “carochos”, “chocalheiros” ou “mascarados”.  A sua missão destes rapazes é o ritual de passagem para a idade adulta.

Este ritual passa por louvar os mortos, castigar os males sociais e purificar os habitantes.

Ano Novo - Festa dos Rapazes

Em Vale Salgueiro, em Mirandela, existe outro polémico ritual de passagem. Aqui, incrível que pareça, incentiva-se os adolescentes a fumar.

Em diversas povoações de Trás-os-Montes permanece o culto do fogo, com fogueiras a serem acesas para celebrar o Ano Novo.

Já em Réfega, em Bragança, todos os anos é construído um boneco feito de trapos e palha. Este representa o ano velho, que é queimado na noite de 31 de dezembro.

Os habitantes de Réfega preparam também um ramo composto por frutos, doces e cigarros (que irá ser leiloado no dia de Ano Novo) – segundo a crença, este transforma-se numa árvore fértil.

Em Rio de Onor também se cultiva a tradição do ramo, mas são as jovens da terra que recolhem géneros para o compôr. Nesta região, a base da prosperidade que se espera deste ritual é o salpicão e a chouriça, bem como bolos, chocolates e outras goluseimas. Este ramo é igualmente leiloado.

A Festa do farandulo de Tó é celebrada a 6 de Janeiro, na freguesia de , concelho de Mogadouro (Bragança), é um ritual que marca a passagem dos rapazes à idade adulta através de um ciclo de quatro anos.

A festa consiste numa encenação ritualística repetida todos os anos por quatro personagens, o “Farandulo“, a “Sécia” e o “Moço“. Os jovens que encarnam estas personagens escolhidos de entre os solteiros da aldeia de Tó com meses de antecedência pelo Mordomo da festa (o responsável desse ano pela organização).

Durante a festa, o Farandulo, pintado de preto, tenta enfarruscar e tocar na Sécia enquanto ela é defendida pelo Moço. Além da Sécia, o Farandulo persegue todas as outras mulheres da aldeia para lhes gravar no rosto uma marca enfarruscada feita com graxa ou com cortiça queimada. Para tal entra nas casas das moças solteiras, procurando-as na cama, e rouba bebidas, enchidos e outros petiscos.

A encenação dá a volta à aldeia e acaba em frente da igreja, sendo seguida de uma actuação dos gaiteiros e, mais recentemente, de um grupo musical pela noite dentro.

Tradições do Ano Novo em Trás os Montes

Superstições da Passagem de Ano

Algumas superstições têm origens seculares, outras não se sabe bem qual a sua origem. Mas todas as superstições de passagem de ano têm um objectivo em comum: trazer boa sorte para o ano que se inicia. Por isso,..

..é melhor prevenir do que remediar!

Uma das superstições mais antigas e enraizadas pelo mundo fora é a de fazer barulho para espantar os maus espíritos e os velhos fantasmas que nos assombraram no ano anterior. O objectivo é fazer o máximo de barulho possível: assobiar, gritar, buzinar, bater nas panelas, etc.

Acredita-se que este costume tem origens anteriores ao Império Romano.

Antigamente chegava-se ao ponto de atirar pratos e tachos velhos pela janela fora. Esta foi uma moda lisboeta durante os anos 50 e 60, que causou tamanho caos que foi obrigada a terminar.

Existe também quem não coma carne de aves, na última refeição do ano para evitar que a felicidade voe para longe. Já o chocolate, é bastante recomendado pois atrai a riqueza.

Outra superstição é limpeza da casa e a forma como a faz. Ora é aconselhado limpar toda a casa e ver-se livre dos objectos desnecessários e velhos para “sacudir” as más energias do ano anterior.

Quando limpar a sua casa lembre-se que se deve varrer a casa de trás para frente e as vassouras usadas devem ser queimadas e as suas cinzas enterradas.

Para terminar, não deve discutir no primeiro dia do ano. Caso o faça, acredita-se que os restantes 364 / 365 dias do ano vão ser repletos de problemas e discussões.

Montalegre - Trás os Montes

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