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História dos Bombeiros Portugueses

in Saberes
História do Bombeiros de Portugal
Em Portugal, a história dos Bombeiros já remonta ao século XIV. D. João I, através da Carta Régia de 23 de Agosto de 1395, que tomou a primeira iniciativa ao promulgar a organização do primeiro Serviço de Incêndios de Lisboa, ordenando:
“…em caso que se algum fogo levantasse, o que Deus não queria, que todos os carpinteiros e calafates venham àquele lugar, cada um com seu machado, para haverem de atalhar o dito fogo. E que outros sim todas as mulheres que ao dito fogo acudirem, tragam cada uma seu cântaro ou pote para acarretar água para apagar o dito fogo”.
 
O aproveitamento do maior número de recursos humanos para o combate aos incêndios assumiu-se como uma preocupação e por isso a necessidade de incutir a ideia de que ajudar é um dever de todos.
Paralelamente à recolha do maior número de pessoas para ajudar, é importante orientá-las para as tarefas em que detêm maior domínio.
Salienta-se desde essa altura uma preocupação para a utilização dos métodos de extinção, por arrefecimento ou redução da temperatura, através da água e pela remoção de combustível, através do corte de árvores e mato.
No Porto, os Serviços de Incêndio também funcionaram desde o século XV. Em 1513 a Câmara decidiu numa reunião:
“Eleger diversos cidadãos para fiscalizar se os restantes moradores da cidade apagavam o lume das cozinhas à hora indicada pelo sino da noite”.
 
A existência de uma intervenção preventiva junto da população tornou-se necessária para que se pudesse evitar alguns incêndios.
Já em 1612, a Câmara ordenou:
“…que fossem notificados os carpinteiros da cidade de que iriam receber machados e outras pessoas de que entrariam na posse de bicheiros, para que, havendo incêndios, acudissem a ele com toda a diligência”.
Bombeiros Lisboa
No Reinado de D. João IV por volta de 1646, tentou-se introduzir em Lisboa o sistema usado em Paris, tendo o Senado aprovado a aquisição de diverso material e equipamentos e concedendo prerrogativas a nível de remunerações e de habitações.
Ter o maior número de pessoas para o combate aos incêndios e munidas do equipamento mais adequado continua a ser uma preocupação. A disponibilização de equipamento e a forma como este é gerido veio permitir que o combate aos incêndios se efetuasse de forma mais organizada, com maior rapidez e segurança.
A criação de planos de intervenção em incêndios e a forma de incentivo para que estes sejam cumpridos, veio permitir melhores respostas aquando da sua ocorrência.
A instalação, em Lisboa, dos três primeiros “quartéis”, foi decidida por D. Afonso VI, em 1678:
“O Senado ordenará, com toda a brevidade, que nesta cidade haja três armazéns… e que estejam providos de todos os instrumentos que se julgarem necessários para se acudir aos incêndios, e escadas dobradas de altura competente, para que, com toda a prontidão, se possam remediar logo no princípio…”.
 
Para uma melhor organização das intervenções no combate aos incêndios a existência de instalações próprias tornou-se evidente. Estas apresentaram-se como um espaço de armazenamento de material do mais diverso, mas também como um ponto de concentração e preparação para o combate aos incêndios.
A localização desses quartéis decidida de forma estratégica, veio por sua vez, proporcionar uma resposta mais rápida no acesso a um maior número de locais, aquando a necessidade de intervenção.
Em 1681, a reorganização prosseguiu, tendo vindo da Holanda, duas bombas e uma grande quantidade de baldes de couro, sendo distribuídos 50, por cada bairro. Os pedreiros, os carpinteiros e outros mestres passaram a ser alistados para o combate aos sinistros, ficando sujeitos a uma pena de prisão por cada incêndio em que não comparecessem.
Para que existissem melhores condições no combate aos incêndios houve maior preocupação em ter mais equipamentos, mas também melhores e mais modernos. Actualmente, os equipamentos no combate aos incêndios apresentam-se desde os mais simples, até às tecnologias mais avançadas.
História do bombeiros voluntários
A necessidade de reunir o maior número de pessoas no combate aos incêndios levou a que a ajuda, considerada como um dever cívico, passasse a ser nessa época uma obrigação.
Em 1722, no reinado do D. João V, foi fundada no Porto a Companhia do Fogo ou Companhia da Bomba, constituída por 100 “homens práticos”, capazes de manobrarem a “Bomba, machados e fouces”.
 
O facto de ter um conjunto pessoas treinadas para manusear equipamentos veio permitir que o combate aos incêndios se processasse de forma mais rápida e eficiente.
No ano 1868, foram introduzidas as bombas a vapor, originando a obrigatoriedade dos proprietários instalarem bocas-de-incêndio nos prédios. Apareceu também a escada “Fernandes”, percursora da “Magyrus” e foi instituída a classe de Sotas – Bombeiros permanentes, cuja denominação era atribuída aos Capatazes dos antigos aguadeiros.
No final do séc. XIX, a necessidade da defesa civil de pessoas e bens da comunidade fez com que determinados grupos de cidadãos começassem a organizar-se em associações. Estas estruturas associativas locais sem fins lucrativos que ainda subsistem, têm a finalidade de criar e manter os corpos de bombeiros. As suas estruturas inicialmente de cariz baseadas no voluntariado (corpos de bombeiros voluntários) foram evoluindo naturalmente e incluíram também nos seus corpos, bombeiros profissionais como resposta às necessidades de socorro (corpos de bombeiros mistos).
História do bombeiros voluntários
Missão dos Bombeiros

 Um Corpo de Bombeiros é uma unidade operacional tecnicamente organizada, preparada e equipada para o cabal do exercício de várias missões:
1 – O combate a incêndios.
2 – O socorro às populações em caso de incêndios, inundações, desabamentos, abalroamentos e em todos os acidentes, catástrofes ou calamidades.
3 – O socorro a náufragos e buscas subaquáticas.
4 – O socorro e transporte de sinistrados e doentes, incluindo a urgência pré-hospitalar A prevenção contra incêndios em edifícios públicos, casas de espectáculos e divertimento público e outros recintos, mediante solicitação e de acordo com as normas em vigor, nomeadamente durante a realização de eventos com aglomeração de público.
5 – A emissão, nos termos da lei, de pareceres técnicos em matéria de prevenção e segurança contra riscos de incêndio e outros sinistros.
6 – A colaboração em outras actividades de protecção civil, no âmbito do exercício das funções específicas que lhes forem cometidas.
7 – A participação noutras acções para as quais estejam tecnicamente preparados e se enquadrem nos seus fins específicos.
8 – O exercício de actividades de formação cívica, com especial incidência nos domínios da prevenção contra o risco de incêndio e outros acidentes domésticos.

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