Lendas do Castelo de Almourol
O castelo de Almourol situa-se no Ribatejo em Vila Nova da Barquinha. Constitui um dos exemplos mais representativos da arquitectura militar da época, evocando simultâneamente os primórdios do reino de Portugal e a Ordem dos Templários, associação essa que lhe reforça a aura de mistério e romantismo.
Lendas:
Umas das lendas conta que algures entre o seculo IX ou X o alcaide do castelo de nome D.Ramiro vinha de uma batalha e encontra duas mouras formosas, mãe e filha. Estas transportavam uma bilha de água.
D.Ramiro aproxima-se, cheio de sede, e pede água à noviça. Esta assusta-se de tal forma com a, não esperada, apariçao e com o seu tom de voz que acaba por deixar cair a bilha que se parte. O alcaide, impiedoso, possuído de fúria com tal descuido resolve matar as duas mouras.
Nisto aparece um jovem rapaz, filho e irmão das mouras que ainda assiste ao assassinato e jura vingar-se de D.Ramiro. Este leva-o para o castelo e torna-o seu servo.
Anos mais tarde, a esposa de D.Ramiro acaba por morrer vítima de envenenamento por parte do mouro. Mas este torna-se incapaz de assassinar a sua filha Beatriz pois ambos se tinham enamorado recentemente.
D.Ramiro tenta lutar contra este amor, mas em vão, pois os dois jovens enamorados resolvem fugir e este acaba por morrer de desgosto pouco tempo depois.
Reza a lenda que, nas noites de S. João, os dois jovens aparecem na torre de menagem do castelo de Almourol e que D.Ramiro ajoelhado a seus pés pede perdão.
Mas o jovem mouro, inflexível, responde duramente:
– Maldição!
Outra lenda diz que no séc. XII o castelo pertencia a um emir árabe de nome Almorolon, do qual alguns pensam que o monumento tomou o nome.
No castelo habitava a sua filha que se apaixona por um cavaleiro cristão. Este, sorrateiramente, à noite ia fazendo visitas à donzela, que cada vez ficava mais apaixonada. Porém, certa noite, o cavaleiro traiçoeiro conquista o castelo numa emboscada juntamente com alguns seus companheiros.
O emir Almorolon e sua filha acabam por ter um triste fim ao preferirem a morte ao cativeiro. Então, abraçados, atiram-se das muralhas do castelo para o rio.