História do tapete de arraiolos
Os tapetes de arraiolos são bordados em lã com um ponto de costura com o mesmo nome. São feitos sobre uma tela de algodão, linho ou juta. Estes tapetes são característicos da vila alentejana de Arraiolos em Portugal.
Este tipo de bordado tem como vantagens dar resistência e consistência convenientes à tapeçaria e permite uma reprodução bastante fiel de todos os desenhos geométricos e da maior parte dos desenhos artísticos.
Actualmente estes tapetes são produzidos em diversos pontos de portugal.
O Bordado de Arraiolos é feito, geralmente, em três fases:
- Bordado da Armação: conjunto dos motivos indicados no desenho do tapete. Começa-se, portanto, a bordar sobre a linhagem os pontos que no desenho indicam, única e exclusivamente, os contornos dos motivos que constituem a decoração. Quando todos os contornos estão bordado, a armação do tapete está pronta.
- Matização: com lãs de variadas cores com que foi feita a armação, preenche-se os motivos/desenhos que já foram anteriormente contornados.
- Preenchimento dos fundos: que estão à volta dos desenhos/motivos.
Pensa-se que a confecção destes tapetes ter-se-à iniciado no princípio do 1º período do séc. XVII, sendo fruto da curiosidade de artesãs isoladas ou do trabalho conventual alentejano. Nesta altura os tapetes já possuíam uma grande variedade de cores bastante bonitas e bem combinadas. Os contornos eram bordados a ponto de pé de flor sobre uma tela de serapilheira. Estes eram cheios a ponto de Arraiolos, mais ou menos perfeito. Como os tapetes eram feitos num quadrado, a barra era feita sem cantos. Já a franja era feita com agulhas de croché.
O nome Bordado de Arraiolos só data, oficialmente, desde o princípio deste século, mas supõe-se que já era praticado anteriormente dado que o ponto cruzado oblíquo (actualmente conhecido em todo o mundo por ponto de Arraiolos) também já se praticava na Península Ibérica desde o séc.XII.
No 2º período do séc. XVII os tapetes baseavam-se em temas asiáticos (persas, turcos, caucasianos) ou inspirados em motivos da época manuelina. Os tapetes com temas persas caracterizavam-se com motivos arabesbos, medalhões repetitivos e certos animais. Os tapetes inspirados pela época manuelina tinham rosetas, nós estilizados e cordas. Por esta altura as franjas começaram a ser feitas em teares e os contornos passaram a ser feitos em ponto de Arraiolos.
No 1º período do séc. XVIII, os tapetes de Arraiolos continuaram a ser feitos com motivos orientais e de carácter erudito, mas com cores mortas, deixando de se usar as cores vivas e alegres.
No 2º período do séc. XVIII deixou de se usar os morivos orientais passando a estar na moda os motivos florais, bonecas com penteados altos (como se usava na altura), vasos com asas e laços à Luís XVI.
No 3º período do séc. XVIII começou o início da decadência desta indústria artesanal. Somente desenhos simples e repetidos em fundos pobres e com cores mortas foram usados.
No séc. XIX a indústria dos tapetes de Arraiolos quase que desapareceu por completo. Esta extinção deveu-se ao início da era industrial e com o aparecimento de tapetes mais baratos e com motivos mais modernos.
Nos primeiros três quartos do séc. XX a indústria destes tapetes renasceu das cinzas. Foram feitas várias cópias de tapetes, dos séculos XVII, XVIII e XIX, por donas de casa artesãs espalhadas pelo país fora. Estas senhoras iam a museus para tirar os riscos e ver as cores originais do lado do avesso dos tapetes expostos, visto que estes já se encontravam desbotados.
estou facinada PELO ARRAIOLO . mas tenho tido dificuldade em comsequir tela juta (2 fios ) para arraiolo e lã para tapete de boa qualidade, a pessoa que me fornece tem um preço muito alto, sou artezã , vivo disto…. , preciso consequir este material num preço mais em conta para comercializar, se poder me dar dicas desde ja agradeçoi a ajuda