Seteais – Conheça um dos palácios mais românticos de Portugal
Decerto já ouviu falar de Seteais, mas já conhece o palácio centenário e a sua história?
Situado no centro histórico da vila de Sintra “esconde-se” o Palácio de Seteais, construído no séc. XVIII pelo cônsul holandês Daniel Gildemeester – num terreno cedido pelo Marquês de Pombal.
O Palácio foi inaugurado no aniversário do seu proprietário a 25 de Julho de 1787. Tal informação está descrita no diário de William Beckford, um aristocrata inglês, romancista e crítico de arte convidado para a festa de inauguração.
Sabia que William Beckford, aos 5 anos de idade, recebia aulas de piano de Wolfgang Amadeus Mozart e que este tinha apenas 9 anos?
Daniel Gildemeester dava grandes festas e recepções no Palácio com dinheiro proveniente do galeão espanhol, S. Pedro d`Alcântara, naufragado em 1786. O rei de Castela, ao esgotar os recursos para continuar o resgate da valiosíssima carga do galeão, deu autorização a Gildemeester para recuperar o restante do precioso espólio depositado no fundo do oceano (norte de Peniche).
Após a morte de Gildemeester, a quinta da Alegria e o palácio passaram para a posse do filho mais velho de D. Pedro de Alcântara de Menezes Noronha Coutinho, 4º marquês de Marialva – D. Diogo José Vito de Menezes Noronha Coutinho (5º marquês de Marialva e 7º conde de Cantanhede).
Através de uma acta de uma reunião da Câmara (6 de Julho de 1800) pode-se constatar que D. Diogo Coutinho pretendia aforar o Campo de Seteias que era até então do domínio público. Ficou estabelecido nesse aforamento que o terreno não seria usado para outros fins que não de passeio público e que seria ocupado pela cavalaria da Guarda de Suas Majestades nas visitas da Família Real a Sintra (fonte: Júlio Gil (1992). Os mais belos Palácio de Portugal)
Enquanto o palácio se manteve sobre a sua alçada, foram acrescentadas acomodações para a família, cavalos e ainda o majestoso arco que se situa entre os dois edifícios.
A construção do arco homenageia e perpetua a visita do Príncipe Regente D. João VI e de D. Carlota Joaquina, sua esposa.
Sobre o arco existe uma transcrição:
“A João Augusto fidelíssimo príncipe regente, esperança, amor e delícia da Lusitânia gente, por motivos da paz que desejamos e também dos inúmeros negócios resolvidos nestes calamitosos tempos, não só pela força das armas em todo o tempo invictas, mas pela sabedoria, prudência e justiça do seu real ânimo com felicidade e preciaríssimas virtudes, consagra este monumento o marquês de Marialva no ano de 1802.“
Portanto, não há margem para dúvidas que o lado nascente do palácio foi realizada pelo 5º marquês de Marialva. Este edifício foi construído onde anteriormente se situavam os estábulos e o alojamento para o pessoal.
William Beckford também foi amigo do marquês de Marialva e é possível e provável que tenha frequentado o palácio na terceira vez que esteve em Portugal (Outubro 1798 a Julho 1799).
Em 1803, o marquês de Marialva deixa a Quinta da Alegria e Seteais acabando por falecer. O seu filho Pedro não chegou a habitar o palácio e em 1823 com a sua morte deste extingue-se a Casa de Marialva, transitando a propriedade para D. Joaquina de Menezes (marquesa de Louriçal) esposa de D. Luís Maria Eusébio de Menezes Silveira (4º marquês de Louriçal e 8º conde da Ericeira).
D. Joaquina já viúva, acaba por falecer em 1846 não deixando descendentes nem ascendentes. Por este motivo, o seu sobrinho D. Nuno José Severo Rolim de Moura Barreto (1º duque de Loulé e Grão-Mestre da Maçonaria Portuguesa) acaba por herdar as propriedades.
Após a sua morte, em 1875, as propriedades passam para a alçada do seu filho D. Augusto Pedro de Mendonça Rolim de Moura Barreto (conde de Azambuja) e mais tarde para D.António de Mendonça e Melo.
Por fim, em 1918 o palácio é comprado pelo Conde de Sucena e em 1946 acaba por ser adquirido pela fazenda Nacional (actual Ministério das Finanças). Por esta altura, António de Oliveira Salazar (presidente do conselho) autoriza a conversão do palácio em hotel de luxo, como se mantém até hoje.
Actualmente, o Palácio de Seteais é um hotel de 5 estrelas e pertence à cadeia de hotéis Tivoli , que teve o cuidado de manter as suas características originais.
Além de poder usufruir do Hotel, vale a pena a visita ao espaço para ver o Penedo da saudade e a fabulosa vista sobre Sintra – e ao atravessar o arco triunfal não se esqueça de tirar uma fotografia ao Palácio da Pena, que fica perfeitamente alinhado com a estrutura.
Faça uma pequena visita virtual a este local fantástico:
Imagens:
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