Como atrair libélulas para o jardim e acabar com os mosquitos?
Sabia que as libélulas e libelinhas podem ser bastante úteis no jardim pois comem centenas de mosquitos por dia?
Estes animais bem como os anfíbios são importantes para o bom funcionamento dos ecossistemas. Ambos necessitam de charcos para se reproduzirem, em especial de “massas de água parada, com água de boa qualidade”.
A natureza tem a sua própria maneira de lidar com as “situações”.
As libélulas são importantes predadores de larvas de mosquitos e mosquitos adultos. Por sua vez, as próprias libélulas servem de alimento aos anfíbios que vivem na vegetação ao pé dos charcos, lagos e outras zonas húmidas. Já as garças (presentes tanto no campo como em regiões urbanas, alimentam-se de anfíbios e peixes.
As libélulas são realmente importantes quando se trata de controlar as populações de mosquitos. Comem tanto os mosquitos como as suas larvas. Por isso, está na altura de trazer as libélulas para perto de sua casa!
Diferença entre libélula e libelinha
Estes animais são artrópodes e, como tal, têm o corpo dividido em três partes: cabeça, tórax e abdómen. Adicionalmente, possuem seis patas e quatro asas.
As libelinhas distinguem-se facilmente das libélulas, entre outras características, pelo facto de as primeiras apresentarem os dois pares de asas (anteriores e posteriores) com uma forma idêntica. Quando estão em repouso, mantêm as asas na vertical e fechadas, ou ligeiramente abertas. Por sua vez, as libélulas apresentam o primeiro par de asas (anteriores) com um formato diferente do segundo par (posteriores) e, quando em repouso, mantêm as asas abertas e na horizontal.
Como atrair libélulas e libelinhas
Como já foi referido anteriormente, estes animais gostam de áreas húmidas e com bastante vegetação. Estes insectos, quando são jovens, necessitam de locais para se esconderem. Gostam de se alimentar de polinizadores, como borboletas, escaravelhos, vespas, traças e outros pequenos insectos.
Escolha um local no seu jardim que seja próximo a um ribeiro ou lago e use as seguintes plantas:
Urtiga-maior (Urtica dioica)
As urtigas podem atrair insetos, incluindo presas potenciais para as libélulas.
Lavanda (Lavandula spp.)
Embora não seja uma planta aquática, a lavanda atrai insectos em geral, o que pode incluir libélulas que estão à procura de alimento.
Zimbro (Juniperus spp.)
Algumas espécies de zimbro são nativas de Portugal e podem fornecer abrigo para libélulas.
Esta planta perene atrai as presas das libélulas e cresce bem em zonas húmidas e soalheiras.
Salgueiro (Salix spp.)
Árvores como o salgueiro crescem perto de zonas com água e podem oferecer abrigo e locais de descanso para as libélulas.
Lírios (Iris spp.)
Os lírios possuem flores de cores muito vivas sendo muito frequentes em jardins.
Milefólio (Achillea millefolium)
Esta planta possui cachos com 20 a 25 flores. É resistente a doenças e atrai borboletas e vespas parasitas.
Gosta de sol pleno, humidade seca a média e solo bem drenado.
Juncos / Tabúa-de-folha-larga / Morrão-dos-fogueteiros (Typha latifolia)
Crescem em solos húmidos em zonas pantanosas.
Evite plantá-los em locais com sombra e cultive-os a partir de rizomas. A planta pode ser facilmente transplantada. Oferece locais de abrigo para libélulas.
Nenúfares / Lírios-de-água (Nymphaea spp.)
Os nenúfares são o local perfeito para a postura de ovos. Cultive-os a partir de tubérculos plantados em vasos mesmo debaixo da superfície da água. Adicione pedras para manter os nenúfares submersos. As folhas e as flores flutuam à superfície do lago.
Como as libélulas e as libelinhas acasalam e põem os seus ovos na água, também poderá ser uma boa ideia considerar a construção de um lago no seu quintal.
As libélulas passam pelo menos dois meses debaixo de água e regressam à água vezes sem conta. Os lagos ajudam as libélulas a caçar, a reproduzir-se, a empoleirar-se e a brincar.
Não se esqueça de arranjar algumas pedras e colocá-las à volta do lago. As larvas das libélulas precisam de pedras para se esconderem e crescerem debaixo de água. Ao colocar também paus à volta do lago irá criar zonas para as libélulas pousarem.
Como construir um pequeno lago
Escave um buraco que ocupe uma área mínima de 1 ou 2 metros quadrados. Cubra a zona com mantas e alcatifas velhas para evitar que a próxima camada se rasgue. A seguir, coloque uma lona de impermeabilização.
Já com o charco construído plante à sua volta alguma vegetação adequada, como por exemplo: nenúfares nativos de Portugal (Nuphar lutea subsp. luteum e Nymphaea alba), colheres (Potamogeton natans), lírio-amarelo-dos-pântanos (Iris pseucadorus), a chamada orelha-de-mula (Alisma plantago-aquatica).
Terá de ter alguma paciência pois os primeiros organismos a ocuparem o lago serão minúsculos (constituem o fitoplâncton e o zooplâncton), depois aparecem os coleópteros aquáticos e os alfaiates, bem como os mosquitos e as suas larvas.
Se o lago tiver as condições adequadas, especialmente sem fontes de contaminação (herbicidas e pesticidas) mais animais irão querer juntar-se àquele ecossistema!
Observação: Não plante espécies invasoras por exemplo: erva-pinheirinha (Myriophyllum aquaticum) ou jacinto-de-água (Eichhornia crassipes) e nem libertar animais de espécies invasoras como alguns peixes e cágados exóticos!
