A lenda de Castelo Novo
Castelo Novo é uma freguesia do concelho do Fundão, distrito de Castelo Branco.
Considerada aldeia histórica, famosa pelas suas cascatas e casas / caminhos em granito, guarda saberes ancestrais, lendas, contos e cantigas.
O seu castelo situa-se na parte leste da Serra da Gardunha em torno do qual se desenvolveu a povoação de Castelo Novo.
O castelo encontra-se referido no testamento de D. Pedro Guterres , em 1221, que doou “a terra a que chamam Castelo Novo” aos Templários.
Em 1755 (ano do terramoto) o castelo já se encontrava em ruínas mas ainda sofreu mais derrocadas.
Em 2002 / 2004 foram desenvolvidas escavações arqueológicas, no âmbito do Programa Aldeias Históricas de Portugal, que colocaram a descoberto centenas de vestígios da sua ocupação medieval, da sua construção no séc. XII e o seu abandono por volta do séc. XVII.
Variados artefactos foram encontrados como: peças metálicas em ferro e cobre, peças de cerâmica, moedas dos reinados de D. Sancho I até ao de D. João III. Estas peças podem ser encontradas no Núcleo Museológico de castelo Novo na antiga Casa da Câmara.
Na Praça de Armas, erguem-se a torre sineira e a Torre de Menagem. A torre sineira encontra-se rematada com cornijas e quatro gárgulas nos ângulos. A Torre de Menagem apresenta-se em ruína no topo, podendo-se concluir a sua primitiva altura pela existência de gárgulas remanescentes na face leste.
A lenda de Castelo Novo – Belisandra e a praga dos gafanhotos
“As pragas de gafanhotos, referidas até em relatos bíblicos, sempre assustaram os agricultores.
Segundo a tradição, em tempos antigos, a aldeia de Castelo Novo foi ameaçada por um praga de gafanhotos.
Próximo desta aldeia vivia uma rapariga de seu nome Belisandra. Devido à sua fama de bruxa esta vivia na solidão, tendo somente como companhia um gato.
Sempre que a pobre Belisandra necessitava de ir à aldeia tinha de enfrentar um coro de maledicências, risinhos de troça e o desprezo dos habitantes de Castelo Novo. Em horas de aflição, muitos destes recorriam a Belissandra em segredo, mas em público troçavam dela como se de uma maldição se tratasse. Do mesmo castigo sofrera sua mãe Lisandra e sua avó Cassandra.
Nunca ninguém teria presenciado nada que confirmasse tais historias, mas diziam que Belissandra controlava o sol e a chuva, que curava doenças, que ensinava a melhor maneira de fazer filhos homens, etc.
Belisandra tentava sempre ajudar quem a procurava, mesmo sabendo que dias mais tarde iriam voltar a dizer horrores sobre ela.
Num belo dia, estando os campos cobertos de belas searas e o povo preparando-se para colher os frutos do seu trabalho, viram surgir no céu uma espessa nuvem que quase cobriu o sol.
A princípio ninguém estaria a perceber do que se tratava, mas aos poucos perceberam que se tratava de uma praga de gafanhotos.
O povo desesperado, pela primeira vez, juntou-se em grupo para pedir ajuda a Belisandra. Todos ficaram surpreendidos quando esta lhes disse que deveriam fazer uma Procissão à Senhora da Misericórdia porque só ela lhes podia valer.
O povo seguiu o conselho da bruxa e fizeram a dita procissão.
Reza a lenda que ainda a procissão ia no adro e já os gafanhotos caíam mortos às centenas.
O povo prometeu então fazer a procissão todos os anos e cumpriu, porque ainda hoje em Setembro a tradição se mantém.
Belisandra continuou a viver a sua vida solitária mas desde esse dia o povo passou a respeitá-la. Mas ainda assim se indagavam como poderia uma mulher cristã dominar as forças da natureza?!”
O SEU A SEU DONO. A PRIMEIRA FOTO É DE MONSANTO ALDEIA MAIS PORTUGUESA.
Amélia, tem razão! Já corrigimos! Obrigado por nos acompanhar 🙂