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Sabe porque se chamam “saloios” aos habitantes dos arredores de Lisboa?

in Saberes

Porque se chamam saloios aos habitantes dos arredores de Lisboa?

O termo “saloio” remonta aos tempos do primeiro Rei de Portugal.

A região saloia contém vários vários concelhos, sendo os seus limites discutíveis. Alguns definem como região saloia os seguintes concelhos:

  • Alenquer
  • Amadora
  • Arruda dos Vinhos
  • Cadaval
  • Loures
  • Mafra
  • Odivelas
  • Sintra
  • Sobral de Monte Agraço
  • Torres Vedras

 

 

Saloios

 

[…] “Acaba Lisboa, começa o reino dos saloios” – tal era, no século XIX, o denominador comum a todos os arredores. Assim mesmo: “reino de saloios”. Traçando uma linha no sentido norte-sul, podemos dizer que este reino começava na Calçada de Carriche e ia dar a Mafra. E, até tempos relativamente recentes, o termo de Lisboa deixava de fora, por igual, alguns encantadores arredores que se transformariam em bairros-dormitório, tentando, sucessivamente, a sua entrada por Lisboa dentro: Benfica, Telheiras, Charneca, Ameixoeira, Portela de Sacavém… Ficaram de outro tempo, do “reino dos saloios”, os topónimos inspirados desses e de outros lugares: Linda-a-Velha, Queijas, Linda-a-Pastora, Belas, Apelação…” excerto do livro Lisboa Desaparecida.

 

Conquista de Lisboa aos Mouros

 

Diz-se que quando D. Afonso Henriques conquistou Lisboa aos Mouros poupou a vida a alguns e deixou que estes mantivessem as suas casas e os seus bens. Mas, obviamente, impôs-lhes condições – os Mouros teriam de contribuir com pão cozido para a capital. Esta contribuição era conhecida como: Çalayo.

Esta “tolerância” e “boa-vontade” propagou-se pelos concelhos vizinhos da cidade. A população cristã acabou por aceitar e “absorver” a raça mourisca ao longo dos tempos – daí a famosa “tez trigueira” dos habitantes destas regiões.

 

D. Afonso Henriques

 

“A primeira população árabe instalada nos arredores de Lisboa beneficiara da tolerância do conquistador cristão. Depois, estendeu-se para norte, nascente e poente, pagando sempre o seu çalayo pelo pão cozido. Era a contribuição enviada para a capital, agora ocupada pelos que os tinham humilhado, poupando-lhes, ainda assim, a vida. O estipulado çalayo acabou por degenerar em “çaloio” como designação étnica, e outros povoadores trouxeram depois aos habitantes dos termos de Lisboa a famosa “tez trigueira” que as estampas conferem. [… / …]” excerto do livro Lisboa Desaparecida.

 

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