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Conhece o milagre associado ao Dia do Corpo de Deus?

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Conhece o milagre associado ao Dia do Corpo de Deus?

Sabia que o Dia do Corpo de Deus está associado a um milagre?

O Dia do Corpo de Deus é um feriado nacional religioso que se celebra sempre a uma quinta-feira.  Esta data celebra-se na segunda quinta-feira a seguir ao Domingo de Pentecostes (60 dias após a Páscoa).

Corpo de Deus provém do latim Corpus Christi. É uma “festa de guarda” com vários séculos, em que todos os católicos devem participar, indo à missa.

 

O Corpo de Deus é uma celebração católica que tem como objectivo celebrar o mistério da Eucaristia, o sacramento do corpo e do sangue de Jesus Cristo.

Feriado do Corpo de Deus

O Dia de Corpo de Deus foi feriado até 2012. Em 2013, o governo português decidiu que este feriado religioso seria eliminado, mas em 2016, voltou a considerar-se o Corpo de Deus como um feriado.

Este feriado, para muitos, acaba por ser um pretexto para umas mini-férias, uma vez que ao ser celebrado a uma quinta-feira, permite que se goze de uma ponte na sexta-feira seguinte. Contando com o fim-de-semana, é possível gozar quatro dias seguidos de férias.

 

Tradição do Corpo de Deus em Portugal

Em várias localidades do país realizam-se procissões e festas religiosas neste santo dia. As ruas são decoradas com flores e em algumas localidades são até colocados tapetes florais no chão para a procissão passar.

No Dia do Corpo de Deus é também comum a Igreja celebrar as primeiras comunhões e comunhões solenes de crianças e jovens.

 

 

Procissão do Corpo de Deus

Milagre do Dia do Corpo de Deus

A hóstia gotejou sangue

No ano de 1263, um sacerdote de nome Pedro, originário de Praga, caminhava para Roma segundo a tradição. Encontrando-se muito tentado em sua crença na presença real de Cristo na hóstia consagrada, fazia uma peregrinação para revigorar sua fé, pois a sua identidade sacerdotal estava em jogo naquele atormentado período de sua vida.

Ao se aproximar de Bolsena, decidiu entrar na cidade para prostrar-se diante do túmulo de Santa Cristina — conhecida como a mártir dos primeiros séculos do Cristianismo, da qual era muito devoto – tendo resolvido ali celebrar a Eucaristia.

Durante a missa, e como continuava a ser atormentado pelas suas dúvidas atrozes este pediu com insistência a intercessão da Santa a fim de conseguir aquela mesma fortaleza na Fé que a fez enfrentar o martírio.

No momento da Consagração, segurando a hóstia nas suas mãos, pronunciou as palavras rituais:

Isto é meu Corpo…

Imediatamente ocorreu o milagre: a hóstia tomou uma tonalidade avermelhada e começou a gotejar sangue, o qual caiu copiosamente sobre o corporal.

 

Hóstia sagrada

 

Também os fiéis presentes puderam contemplar o acontecimento e, estupefatos, comentavam-no com a vivacidade característica da região.

Mas como deveriam prosseguir a celebração depois dessa impressionante manifestação divina?

Tomado de imensa alegria e, ao mesmo tempo, de grande comoção, interrompeu a missa, envolveu no corporal as espécies eucarísticas e dirigiu-se à sacristia.

A sua torturante dúvida estava desfeita, sentia a alma cheia de Fé na presença real de Cristo na Eucaristia, e o coração transbordando de gratidão a Deus e à sua santa intercessora.

Passados os momentos iniciais da sua forte emoção, o sacerdote decidiu rapidamente comunicar o milagre ao Papa Urbano IV, que então residia temporariamente na vizinha cidade de Orvieto.

Desejava também confessar ao Vigário de Cristo seu pecado de dúvida e pedir-lhe a absolvição.

 

Papa Urbano IV

 

Com toda a paternalidade, o Pontífice atendeu-o, juntamente com os clérigos e demais testemunhas do prodígio. Depois de ouvir com toda a atenção todos os detalhes do acontecimento, resolveu enviar a Bolsena uma comissão chefiada pelo próprio Arcebispo de Orvieto incumbida de fazer uma rigorosa averiguação dos fatos e, se confirmado o milagre, trazer as preciosas relíquias até ele. Consta que desta comissão faziam parte São Tomás de Aquino e São Boaventura,

Após cuidadosas verificações, a comissão concluiu que tinha havido realmente um milagre. Formou-se então uma esplendorosa procissão para conduzir as belas relíquias. Dela participavam os dignitários e uma multidão de fiéis da cidade de Bolsena, agitando ramos de oliveira. A seu encontro, veio de Orvieto outra procissão, formada pelo Papa, sua corte, os membros do clero e numeroso povo.

O Papa Urbano IV prostrou-se de joelhos em terra para receber a Sagrada Hóstia envolta no corporal de linho impregnado do preciosíssimo Sangue de Cristo.

E, após o acontecimento em Bolsena, não lhe restava qualquer dúvida sobre o que lhe competia fazer.

Assim, no dia 11 de agosto de 1264, através da bula Transiturus de Hoc Mundo, instituiu a Festa de Corpus Christi.

Cinquenta anos mais tarde, o Papa Clemente V tornou obrigatória a celebração dessa Festa da Eucaristia. E o Concílio de Trento, em meados do século XVI, oficializou as procissões eucarísticas, como ação de graças pelo dom supremo da Eucaristia e como manifestação pública de fé na presença real de Cristo na Hóstia Sagrada.

Estava, assim, instaurada em toda a Igreja a “Festa em que o Povo de Deus se reúne à volta do tesouro mais precioso herdado de Cristo, o Sacramento de sua própria Presença, e O louva, canta e leva em procissão pelas ruas da cidade

 

Catedral de Orvieto

 

Para conter as preciosas relíquias do Milagre de Bolsena, a piedade católica fez confeccionar um esplendoroso relicário e, depois, erigir a belíssima Catedral gótica de Orvieto, cuja fachada colorida até hoje é objeto de admiração no mundo inteiro.

 

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