Alface – Propriedades e indicações terapêuticas

As alfaces pertencem ao género Lactuca sativa e à família Asteraceae.
Acredita-se que esta é originária da Ásia e do leste do Mediterrâneo. 90 a 96% da composição das alfaces é água.
A Alface é utilizada na alimentação humana desde cerca do ano 500 a.C., sendo hoje em dia mundialmente cultivada para o consumo em saladas.
Há diversas referências egípcias, gregas e romanas, sobre a alface: Hipócrates e Dioscarides mencionaram-na como sendo utilizada na Grécia Antiga. Na mitologia grega a deusa Vénus esconde Adónis num pé de alface.
Os romanos associavam a alface a Vénus e não a comiam por acreditarem que esta era sagrada. Mais tarde os nobres começaram a consumi-la, no final das refeições, pois acreditavam que evitava a embriaguez.
No séc.XVI Brugerinus escreveu um livro sobre Citologia fazendo uma monografia sobre os efeitos de impotência da alface, acabando por recomendá-la aos frades como salada.
Nos tempos de Henrique VIII a alface era rara na Inglaterra. Mas a raínha D. Catharina, para satisfazer os seus desejos, mandava um portador à Holanda para lhe trazerem alface sempre que a queria comer.
A alface foi introduzida nas Américas depois da colonização da América do Norte pela Inglaterra.
Já em 1792 foi descoberto que o leite proveniente dos talos das alfaces tem propriedades soníferas. No séc. XIX já era prescrito por vários médicos. Nesta época eram necessárias 200 alfaces para se extrair a quantidade suficiente para 1 ou 2 pessoas. Mais tarde, farmacêuticos franceses decidiram começar a fabricar o extracto alcoólico do leite de alface, chegando este ao mercado com o nome de Tridaceo.
A alface constitui uma fonte importante de sais minerais como o cálcio, fósforo, ferro, potássio (imprescindível para a actividade muscular e diurético, magnésio (defesa de cãibras musculares) e selénio (anti-oxidante; ajuda a atrasar o envelhecimento).
É rica em vitamina K essencial na coagulação sanguínea. Também possui quantidades consideráveis de vitamina A (importante para a saúde da pele e das mucosas e ajuda a promover o bom funcionamento dos órgãos da visão) e vitamina C (ajuda na cicatrização, combate infecções, evita a fragilidade óssea e má formação dentária).
A fibra mais abundante na alface é a celulose, que não conseguimos digerir. Mas a celulose possui propriedades excelentes para reduzir o contacto do organismo com eventuais substâncias cancerígenas. No fundo a celulose acelera o esvaziamento intestinal diminuindo a pressão no seu interior.
Tipos de Alface
Alface-romana: Conhecidas também como loura das hortas, balão e orelha de mula. Possui uma folhagem resistente e verde escura e como tal é rica em anti-oxidantes. Pensa-se que a sua origem terá sido na ilha grega de Cós. Este tipo de alface é bastante tolerante ao calor. O calendário republicano francês dedicou o dia 22 do sétimo mês a este tipo de alface.
Esta alface é um alimento comum no Médio Oriente.
O almanaque Old Farmer`s de 2011 publicou um artigo dizendo que as substâncias contidas na clorofila das folhas verdes escuras desta alface ajudam a reduzir o aparecimento de cancro do cólon e do fígado.
Alface Americana ou Repolhuda: As suas folhas são tenras, lustrosas e onduladas de cor verde escura. O seu miolo é bem firme de cor amarelada.
Tem o formato de uma bola pois as suas folhas envolvem-se no formato das outras como as couves repolho.
Variedade mais crocante que outros tipos de alface daí ser a mais indicada para a preparação de sanduiches. Adapta-se melhor ao calor dos alimentos. Bastante resistente podendo durar até 2 semanas quando guardada no frigorífico dentro de um saco zip.
Esta alface é mais resistente a temperaturas mais baixas e até geadas. O seu valor nutritivo é bastante mais baixo que as outras variedades. Consumir 100g desta alface, crua, equivale a 9 calorias.
Alface Mimosa: As folhas têm um formato entrecortado fazendo lembrar o formato dos galhos das árvores. No verão pode-se encontrar a versão roxa.
É uma variedade bastante delicada mas muito saborosa.
Alface Crespa: Esta variedade tem um formato semelhante à alface lisa com folhas soltas. Na ponta das folhas tem uma formação em formato de onda.
É rica em fibras auxiliando na digestão e no bom funcionamento dos intestinos. Possui cálcio e fósforo em pequenas quantidades.
Alface Lisa: As suas folhas são soltas e como o próprio nome indica, são lisas.
Esta variedade é a mais utilizada no Brasil.
Alface Frisada: Conhecida também como alface frisée. Possui quantidades razoáveis de vitamina A, C, B3, cálcio, fósforo e ferro.
Não é fácil encontrá-la à venda. Usada em saladas de acompanhamentos de sabores fortes.
Alface Roxa: Esta variedade contém uma quantidade maior de anti-oxidantes e três vezes mais antocianina que as outras alfaces.
A antocianina que previne tumores, obesidade e doenças vasculares bem como combate os radicais livres e protege o organismo contra infecções.
Esta alface também fornece betacaroteno e contém quantidades consideráveis de vitamina C e E.
Dicas:
- As folhas externas da alface são as que contêm maior quantidade de vitamina A;
- Sirva a alface separada do molho da salada pois caso hajam sobras poderão ser guardadas novamente e servidas mais tarde;
- Lave bem as folhas antes de as consumir;
- Ao comprar alface escolha as que tenham folhas brilhantes e limpas sem picadas de insectos;
- Para as conservar deverá retirar as folhas murchas e amachucadas e guardá-la no frigorífico embrulhada num saco de plástico ou fora do frigorífico mergulhadas em água ou dentro de um saco plástico aberto;
- Mantenha a alface longe de legumes e frutas como a maça, cebola, banana, etc, pois ajudam a acelarar o amadurecimento;
- Não congele a alface pois esta acaba por perder as suas propriedades.
Se quiser plantar alfaces, leia também:
Plantas que pode e deve plantar perto das alfaces
Propriedades e indicações terapêuticas
- Partes utilizadas – folhas, talos, raíz e leite extraído da planta florescente
- Rica em Vitamina K
- Cálcio, Fósforo, Ferro, Potássio, Magnésio e Selénio
- Celulose
- Anti-oxidantes
- Anti-ácida
- Anti-inflamatória
- Rejuvenescedora
- Calmante – combate insónias
- Diurética
- Laxante (leve)
- Retenção de líquidos
- Cãibras musculares
- Combate o envelhecimento
- Tosse
- Conjuntivite
- Hipocondrismo
- Vertigens
- Palpitações
- Reumatismo
- Espermatorréia
- Problemas intestinais
- Anemia
- Inchaços
Tratamentos naturais
Uso Externo:
- Cataplasma – ferva folhas de alface em pouca água durante 5min, deixe amornar e unte as folhas com azeite e aplique nas zonas afectadas. Indicado para inflamações, inchaços, contusões e irritações de pele.
Uso Interno:
- Infusão e Decocção – Coza 100g de alface em 1L de água a ferver durante 7min. Filtre e deixe amornar. Beber 3 chávenas por dia. Indicado para insónias, tosse, vertigens e para problemas intestinais actua como laxante ligeiro.

EXCELENTE FONTE DE CONHECIMENTOS ESTE DOCUMENTO.GOSTEI MUITO E SOU GRATA!!