Como planear uma horta ou um jardim vertical
Se não tiver espaço existem soluções verticais, criativas e baratas, onde pode plantar flores, aromáticas e vegetais!
Apesar de ter algumas limitações, aproveitar as paredes de espaços urbanos pode maximizar a produção de alimentos em espaços pequenos como varandas e mesmo quintais, aproveitando um espaço “morto” numa perspectiva convencional. Como nem todos possuem quintais grandes ou mesmo um terreno para começar a trabalhar, estas soluções trazem imensas vantagens para quem tem pouco espaço.
Além da potencial produção de alimentos ou plantas com fins medicinais, um jardim vertical também aproveita uma área “morta” para criar um ecossistema ou mesmo um espaço ajardinado para embelezar a sua varanda ou quintal.
Como planear uma horta ou jardim vertical
Existem já, no mercado, imensas soluções verticais fáceis de montar e instalar, no entanto os princípios básicos permitem que qualquer pessoa com alguma criatividade monte uma estrutura com os recursos que tem ou que mais facilmente consegue encontrar.
Em primeiro lugar, devemos sempre considerar a exposição solar. Caso tenhamos uma parede exposta a Sul, nascente ou poente, sabemos que vamos ter no mínimo 6 horas de sol – fundamental para a maioria das plantas. No caso da parede estar exposta a Norte, sem luz directa, teremos de optar por plantas que não gostem de sol directo. Para esta primeira análise basta saber onde fica o Sul ou o Norte – usar uma bússola se necessário e observar o comportamento do sol ao longo do ano. Após este primeiro passo devemos pesquisar que tipo de plantas poderemos usar em termos de exposição solar.
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Em segundo lugar, nem todas as plantas ou produções são possíveis de adaptar – batata, ervilha, grão, feijão, milho, cebola, alho francês, abóbora, por exemplo, são culturas que precisam de espaço para produção em quantidade. Outra plantas, como as cenouras, além de precisarem de espaço para uma produção em quantidade precisam de profundidade para as suas raízes.
No geral, poderemos plantar:
Optarmos por plantas perenes também é uma boa ideia uma vez que não dão trabalho constante de semear e plantar: morangos, fisalis, mirtilos, framboesas e outras bagas – são alguns exemplos.
Em paralelo nunca esquecer as plantas aromáticas que devem sempre ter lugar no nosso espaço comestível:
Também podemos usar algumas flores comestíveis que além de trazerem cores e beleza ao nosso espaço também atraem insectos benéficos que ajudam a combater certas pragas:
- chagas / capuchinhas
- calêndulas
- malmequeres
- gerânios / sardinheiras
- cravos / cravinas
- girassóis
- amores-perfeitos
- cravos-tunicos / cravos-de-defunto / tagetes
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Para um jardim vertical temos 3 grandes possibilidades:
1) Simplesmente forrar uma parede com vasos (de barro, por exemplo), deixando algum espaço entre eles podemos colocar uma estrutura de suporte a uma trepadeira como por exemplo um maracujá;
2) Criar uma estrutura para um sistema hidropónico: os jardins verticais que vemos instalados em prédios são colocados em paredes falsas que permitem evitar a humidade na parede em si. Essa parede falsa é isolada com plástico, depois é aplicada uma manta geotérmica e de seguida são agrafadas bolsas também de manta geotérmica de vários tamanhos, que depois são preenchidas com terra onde se colocam as plantas. Ao longo da estrutura são colocados tubos de rega na horizontal que regam através da gravidade (de cima para baixo). O excesso de água é recolhido por baixo e reutilizado;
3) Criar uma estrutura similar à anterior mas com caleiras ou tubos de PVC encostados à parede, com sistema de rega interior.
Com o tempo, em todas estas estruturas gera-se a necessidade de fertilização: quando trabalhamos a terra directamente vamos introduzindo fertilizantes biológicos (sólidos e/ou líquidos) mas no caso vertical apenas o fertilizante líquido é possível. Neste caso, uma forma simples de fertilizar será comprar ou fazer um fertilizante apropriado.
Por exemplo, na vermicompostagem: o excedente líquido do vermicompostor é um excelente fertilizante, sendo que existem também diversas soluções caseiras possíveis (por exemplo um fertilizante de cascas de banana havendo necessidades de potássio).
Uma excelente ideia aplicada em muitos jardins verticais é ter um aquário em baixo, para onde toda a água do jardim vertical escorre. Com uma pequena bomba poderemos definir uma rega automática que puxa a água do aquário para cima e escorre por todas as plantas.
A água do aquário vem fertilizada pelos peixes e para o aquário chega água filtrada pelas plantas (de notar que neste caso não poderá usar fertilizantes sintéticos com risco de matar os peixes).
Para quem não quer o trabalho extra do aquário recomendamos um vaso grande no chão que receba toda a água que vai escorrer do jardim vertical – onde será bom espaço para os fisalis e bagas, por exemplo.
Para quem se está a iniciar pode ser um pouco assustador tanta informação, mas como tudo na vida é um processo de aprendizagem o importante é começar – fracassos serão inevitáveis mas sucessos serão garantidos para quem esteja disposto a aprofundar os conhecimentos necessários sobre plantas, colheitas e sistemas de produção.
E garantimos que poucas coisas sabem tão bem na vida como fazer uma refeição com a nossa própria produção!
